6 de dezembro de 2022
Dezembro vermelho: a conscientização sobre o vírus HIV, a Aids e outras IST passa também pelas terminologias das doenças
O último mês do ano, na área da saúde, é voltado também para a conscientização sobre o vírus HIV, a Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs). Mas, para além da já conhecida campanha “Dezembro Vermelho”, o Programa das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids)tem chamado a atenção para as terminologias que ainda são utilizadas para essas doenças. A linguagem correta tem um papel importante na redução do estigma sobre o HIV.
Pensando nisso e na contribuição a ser dada aos seus associados, a Associação dos Notários e Registradores do Ceará (Anoreg-CE) separou algumas nomenclaturas levantadas pelo Unaids que não devem mais ser utilizadas:
“Vírus da Aids”: Não existe o vírus da Aids. O vírus que causa a Aids é o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Note que a palavra ‘vírus’ na frase ‘vírus do HIV’ é redundante. Utilize apenas ‘HIV’.
“Aidético”: Jamais utilize este termo. Além de incorreto, é estigmatizante e ofensivo. Prefira “pessoa vivendo com HIV”, pessoa soropositiva, HIV positiva ou positiva.
“Infectado com Aids”: Ninguém é infectado com Aids, a Aids não é um agente infeccioso. O termo Aids descreve uma síndrome de infecções e doenças oportunistas que podem se desenvolver à medida que a imunossupressão aumentar durante a evolução da infecção pelo HIV, da infecção aguda até a morte. Evite o termo ‘infectado com HIV’ e prefira pessoa vivendo com HIV ou pessoa HIV positiva (no caso de saber o estado sorológico).
“Teste da Aids”: Não existe um teste para Aids. Utilize o termo teste de HIV ou teste de anticorpos do HIV. Utilizam-se testes de detecção de antígenos em crianças recém-nascidas.
“Vítima da Aids”: Utilize o termo pessoa vivendo com HIV. A palavra ‘vítima’ desempodera e estigmatiza. Utilize a palavra Aids apenas ao se referir a uma pessoa com diagnóstico clínico de Aids. É aconselhável dizer que a pessoa foi acometida por infecções ou doenças oportunistas decorrentes da síndrome da Aids.
“Paciente de Aids”: Utilize o termo ‘paciente’ apenas ao se referir a um contexto clínico. Neste caso, utilize paciente com doença relacionada ao HIV porque abrange toda a gama de condições clínicas associadas ao HIV.
“Risco de Aids”: Utilize ‘risco de infecção pelo HIV’ ou ‘risco de exposição ao HIV’.
Saiba mais:
A campanha “Dezembro Vermellho” foi instituída pela Lei nº 13.504/2017. Trata-se de um conjunto de atividades e mobilizações relacionadas ao enfrentamento ao HIV/Aids e às demais IST, em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde, de modo integrado em toda a administração pública, com entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais.
Nesse sentido, a campanha deve promover:
– iluminação de prédios públicos com luzes de cor vermelha;
– promoção de palestras e atividades educativas;
– veiculação de campanhas de mídia;
– realização de eventos.
Aids:
Aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (da sigla em inglês HIV). Esse vírus, do tipo retrovírus, ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Transmissão:
Os pacientes soropositivos, que têm ou não Aids, podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.
Tratamento:
Todas as pessoas diagnosticadas com HIV têm direito a iniciar o tratamento com os medicamentos antirretrovirais, imediatamente, e, assim, poupar o seu sistema imunológico. Esses medicamentos (coquetel) impedem que o vírus se replique dentro das células T CD4+ e evitam, assim, que a imunidade caia e que a Aids apareça.
Infecções Sexualmente Transmissíveis:
As Infecções Sexualmente Transmissíveis são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos. São transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de preservativo masculino ou feminino, com uma pessoa que esteja infectada.
De maneira menos comum, as IST também podem ser transmitidas por meio não sexual, pelo contato de mucosas ou pele não íntegra com secreções corporais contaminadas.
A transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. O tratamento das pessoas com IST melhora a qualidade de vida e interrompe a cadeia de transmissão dessas infecções. O atendimento e o tratamento das IST e do HIV/Aids são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.
O termo Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) passou a ser adotado em substituição à expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas.
Principais IST:
– Herpes genital;
– Cancro mole (cancroide);
– HPV;
– Doença Inflamatória Pélvica (DIP);
– Donovanose;
– Gonorreia e infecção por Clamídia;
– Linfogranuloma venéreo (LGV);
– Sífilis;
– Infecção pelo HTLV;
– Tricomoníase.
Prevenção da Aids/HIV e das IST:
O uso do preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão das IST, do HIV/Aids e das hepatites virais B e C.
A prevenção combinada abrange o uso do preservativo masculino ou feminino, ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das IST, testagem para HIV, sífilis e hepatites virais B e C, profilaxia pós-exposição ao HIV, imunização para HPV e hepatite B, prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B, tratamento antirretroviral para todas as pessoas vivendo com HIV, redução de danos, entre outros.
Fontes:
Programa das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids)
Ministério da Saúde