27 de outubro de 2022
Avaliar riscos é fundamental para prevenção de crise nos cartórios brasileiros
Em um ambiente de prestação de serviços extrajudiciais como os cartórios, priorizar a eficiência, a transparência nas informações, a ética e o bom atendimento são princípios essenciais para a boa funcionalidade do ofício. Porém, é prioritário também a antecipação de situações e processos que possam gerar crises.
Na Associação de Notários e Registradores do Ceará (Anoreg-CE), entender os pontos de vulnerabilidade nas organizações é um método preventivo que alia a busca de soluções com eficiência na execução do trabalho. Para tanto, é relevante cada cartório abrir espaço para a avaliação de riscos no ambiente extrajudicial.
De acordo com o Manual de Diretrizes para a Implementação da ISO 31000:2018, norma voltada ao Processo de Gestão de Riscos (PGR), existem cinco etapas para delimitar e planejar estratégias, além de lidar com possíveis crises dentro de um ambiente organizacional:
Após feita a análise, os responsáveis pelo documento elencaram como tratamento de risco ações como: elaboração ou atualização do Código de Ética e de Conduta, levando em conta o mapeamento dos potenciais problemas do setor; desenvolver um plano de comunicação e treinamento; implementar um canal de denúncias independente; realizar diligências éticas na contratação de novos colaboradores, como forma de identificar um possível histórico de condutas antiéticas e definir medidas disciplinares em casos de violação e medidas de remediação.
Um aliado dos cartórios na busca pelo compromisso ético no ambiente de trabalho é o Provimento 88/2019, publicado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O propósito da determinação é regulamentar as comunicações feitas por notários e registradores ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) sobre transações que podem indicar crimes como lavagem de dinheiro e fraude.
De acordo com pesquisa do site Consultor Jurídico, os cartórios brasileiros são responsáveis por quase 70% das comunicações feitas ao COAF sobre possíveis transações ilícitas, o que corresponde a 2,5 milhões de chamadas. É um número quatro vezes maior que a comunicação dos bancos, que só realizaram 690 mil notificações – mesmo sendo as instituições onde o dinheiro transita.