11 de setembro de 2024

Central de Intérpretes de Libras é destaque nos cartórios e reforça inclusão e acessibilidade

No Censo 2022, a comunidade surda no Brasil conta com mais de 2,4 milhões de pessoas. 

A Central de Intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais), já disponibilizada em cartórios de todo o Brasil, vem ganhando visibilidade neste mês de setembro, conhecido como Setembro Azul. A ação, que reforça o compromisso com a inclusão e acessibilidade, permite que a comunidade surda, que representa 2,4 milhões de brasileiros, segundo o Censo Demográfico 2022 do IBGE, tenha acesso facilitado aos serviços notariais.

A iniciativa, fruto de uma parceria entre a Associação dos Notários e Registradores do Ceará (Anoreg-CE) e a empresa Helpvox, utiliza uma plataforma tecnológica que, por meio de um computador com internet, câmera e fone de ouvido, traduz em tempo real as demandas da comunidade surda nos cartórios. Em Fortaleza, o 1º Ofício de Registro de Imóveis, localizado no bairro Dionísio Torres, conta ainda com uma intérprete presencial, ampliando a acessibilidade local.

Cícero Mazzutti, presidente em exercício da Anoreg-CE, destacou o avanço dos cartórios cearenses nas ações de acessibilidade: “A Central de Intérpretes de Libras veio para facilitar o acesso da comunidade surda aos serviços oferecidos nos cartórios brasileiros. Muito mais que cumprir uma lei, os notários e registradores vêm se preparando e capacitando para atender com eficiência todos os públicos.”

Priscila Aragão, titular de Registro Civil no município de Granja e diretora de Comunicação da Anoreg-CE, ressaltou a importância de um atendimento humanizado: “A comunidade surda possui uma estrutura linguística própria, e é essencial que haja empatia e respeito na comunicação, seja pela plataforma on-line ou presencialmente.” A campanha Setembro Azul, também conhecida como Setembro Surdo, culmina no Dia Nacional do Surdo, celebrado em 26 de setembro.

A data de 26 de setembro é comemorada em alusão à fundação, em 1857, do Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), no Rio de Janeiro. A instituição foi a primeira escola para surdos no Brasil, fundada pelo professor francês Hernest Huet, também surdo, com o apoio do imperador D. Pedro II.